A cultura do Brasil no que se refere à educação financeira pessoal e corporativa ainda é pouco disseminada, o que reflete em inúmeras organizações com potenciais de quebra em seus primeiros anos de operação. Uma maneira de atenuar esses desafios é a gestão financeira de maneira consciente e contínua, em que há a disponibilidade e interesse por parte do empreendedor em acompanhar seu negócio nos mínimos detalhes. Isso porque é o detalhamento que revela as lacunas de gastos desnecessários e eventuais relações entre empresa e fornecedores que comprometam seu resultado.
Para tanto, é fundamental se apoiar em práticas que tornem a organização menos dependente de terceiros e mais atenta à rentabilidade de seus canais de vendas. A falta de reservas de caixa não diz respeito ao dinheiro em si, mas sim à visão sistêmica que, uma vez atuante, permitirá que o empreendedor se antecipe a esses problemas. Mais do que isso, de acordo com o professor Marcio Iavelberg, “a falta de dinheiro no bolso do empresário, em geral, é pela má gestão da empresa, pela falta de conhecimento do que fazer, para onde olhar, em que indicadores precisa se basear”, explica.
Como analisar suas despesas
• diferencie a atuação de empresas de produtos e de empresas de serviços;
• separe custos fixos e custos variáveis
Como gerenciar a crise financeira da empresa
• revise sua cadeia de suprimentos;
• identifique os melhores canais do seu plano comercial;
• revise seus contratos;
• revise seu planejamento orçamentário.
Que ações o empreendedor pode tomar?
- Identifique para quem você está devendo e quanto;
- Importante saber se são dívidas de curto ou longo prazo;
- Monte um plano de emergência e veja qual a condição de honrar os compromissos;
- Priorize pagamento das dívidas que tenham os maiores juros e multas ou que você corra o risco de perder o bem (casa, carro, etc)
- Troque dívidas caras e de curto prazo por outras com juros mais baixos e com parcelamento mais alongado.
Para dar a volta por cima e sair da crise, é preciso aplicar, definitivamente, algumas ações cruciais da gestão financeira. Quando apenas o fluxo de caixa é considerado para orientar decisões, torna-se muito mais difícil identificar o que está por trás do lucro ou prejuízo da operação. O olhar sobre a competência (período) por meio da Demonstração de Resultados do Exercício (DRE) evita erros, uma vez que apresenta um cenário realista, capaz de desmistificar a ideia de que se há dinheiro em caixa então é possível distribuí-lo aos sócios.
É fundamental elaborar um painel de controle, por meio de indicadores, a fim de acompanhar o desenvolvimento financeiro do negócio. O formato em si cabe ao empreendedor, desde que os dados sejam de fácil interpretação. Além do DRE, há outras práticas complementares que servem para blindar o planejamento financeiro da empresa:
- Fazer provisões e reservas;
- Estabelecer o fluxo de caixa diário para os próximos 90 dias;
- Conhecer os custos e a margem de seus produtos/serviços;
- Atentar-se aos prazos de recebimento, pagamento e estoques.
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